Admin Ter Abr 10, 2012 10:12 am
tinham chifres, mas Bran não via como o cavaleiro misterioso poderia ter usado um elmo se tivesse chifres. - Aposto que foram os deuses antigos que o enviaram.
- Talvez tenham sido. O cavaleiro misterioso saudou o rei com a lança e dirigiu-se para o fim da liça, onde os cinco campeões tinham seus pavilhões. Sabe quais foram os três que ele desafiou.
- O cavaleiro do porco-espinho, o cavaleiro da forquilha e o cavaleiro das torres gê¬meas. - Bran ouvira histórias suficientes para saber isso. - Era o pequeno cranogmano, bem que eu disse.
- Fosse quem fosse, os deuses antigos deram força ao seu braço, O cavaleiro do porco-espinho foi o primeiro a cair, seguido pelo da forquilha e, por fim, o das duas torres foi derrubado. Nenhum deles era apreciado, por isso os plebeus aplaudiram vigorosamente o Cavaleiro da Arvore que Ri, nome pelo qual o novo campeão co¬meçou rapidamente a ser conhecido. Quando seus adversários caídos procuraram resgatar cavalos e armaduras, o Cavaleiro da Arvore que Ri falou numa voz trovejan¬te através do elmo:"Ensinem honra aos seus escudeiros, isso será um resgate suficiente". Depois de os cavaleiros derrotados terem punido severamente os escudeiros, seus cavalos e armaduras foram restituídos. E, assim, as preces do pequeno cranogmano foram atendidas.,, pelos homens verdes, pelos deuses antigos ou pelos filhos da flo¬resta, quem saberá?
Era uma boa história, decidiu Bran depois de pensar nela por um momento ou dois.
- O que aconteceu depois? O Cavaleiro da Arvore que Ri ganhou o torneio e se casou com uma princesa?
- Não - disse Meera, - Nessa noite, no grande castelo, tanto o senhor da tempesta¬de como o cavaleiro dos crânios e dos beijos juraram que iriam desmascará-lo, e o pró¬prio rei exortou os homens a desafiá-lo, declarando que o rosto por trás do elmo não era seu amigo. Mas, na manhã seguinte, quando os arautos sopraram suas trombetas e o rei ocupou seu lugar, só dois campeões apareceram. O Cavaleiro da Arvore que Ri tinha desaparecido. O rei ficou furioso, e até mandou o filho, o príncipe-dragão, procurar o homem, mas tudo que encontraram foi seu escudo pintado, abandonado, pendendo de uma árvore. No fim, foi o príncipe-dragão que ganhou o torneio.
- Oh. - Bran refletiu um pouco acerca da história. - Foi uma boa história, Mas, em vez dos escudeiros, os três cavaleiros maus deviam ter machucado o homem. Então, o pequeno cranogmano poderia ter matado os três. A parte dos resgates é estúpida. E o cavaleiro misterioso devia ter ganhado o torneio, derrotando todos os que o desafiassem, e nomeado a donzela-lobo rainha do amor e da beleza.
- Ela foi nomeada - disse Meera mas essa é uma história mais triste.
- Tem certeza de que nunca ouviu essa história antes, Bran? - perguntou Jojen. - O senhor seu pai nunca a contou para você?
Bran sacudiu a cabeça. O dia já estava acabando a essa altura, e longas sombras ras¬tejavam pelos flancos das montanhas, enviando dedos negros por entre os pinheiros.
Se o pequeno cranogmano pôde visitar a Ilha das Caras, eu talvez também possa. Todas as histórias concordavam em que os homens verdes possuíam estranhos poderes má¬gicos. Talvez pudessem ajudá-lo a voltar a andar, ou até a transformá-lo num cavaleiro. Transformaram o pequeno cranogmano num cavaleiro, mesmo que só por um dia, pensou. Um dia seria suficiente.