ela entrou, e Petyr dirigiu-lhe um sorriso caloroso.
— Alayne. Vem, dá um beijo no teu pai.
Alayne abraçou-o obedientemente e deu-lhe um beijo na face.
— Lamento incomodar, pai. Ninguém me disse que tinha companhia.
— Você nunca incomoda, querida. Estava mesmo agora contando a
estes bons cavaleiros como a minha filha era atenciosa.
— Atenciosa e bela — disse um jovem cavaleiro elegante, cuja
espessa cabeleira loura caía em cascata até bem depois dos ombros.
— Pois — disse o segundo cavaleiro, um indivíduo entroncado com
uma grossa barba salpicada de branco, um nariz vermelho e bulboso com
veias rebentadas e mãos nodosas, grandes como presuntos. — Não me referi
a essa parte, senhor.
— Eli faria o mesmo se ela fosse minha filha — disse o último
cavaleiro, um homem baixo e seco com um sorriso sardónico, nariz
pontiagudo e um hirsuto cabelo cor de laranja. — Especialmente perto de
labregos como nós.
Alayne riu.
— São labregos? — disse, brincando. — Ora, e eu que os tomei por
galantes cavaleiros.
— Cavaleiros, são — disse Petyr. — A sua galanteria ainda está por
demonstrar, mas podemos ter esperança. Permite-me que te apresente Sor
Byron, Sor Morgarth e Sor Shadrich. Senhores, a Senhora Alayne, minha
filha ilegítima e muito esperta... com a qual tenho de conferenciar, se
fizerem a bondade de nos deixar a sós.
Os três cavaleiros fizeram vénias e retiraram-se, embora o alto do cabelo
louro lhe tenha beijado a mão antes de sair.
— Cavaleiros andantes? — disse Alayne, quando a porta foi fechada.
— Cavaleiros famintos. Achei melhor termos mais algumas espadas à
nossa volta. Os tempos tornam-se cada vez mais interessantes, minha
querida, e quando os tempos são interessantes, nunca se pode ter demasiadas
espadas. O Rei Bacalhau regressou a Vila Gaivota, e o velho Oswell tinha
algumas histórias para contar.
Alayne sabia não ser boa ideia perguntar que tipo de histórias. Se Petyr
tivesse querido que ela soubesse, teria lhe dito.