parecia estupefato. Tropeçou na porta e haveria caído se Aurane Waters não
o tivesse segurado pelo braço. Até Oston Merryweather parecia nervoso.
— O povo tem carinho pela pequena rainha. — Disse. — Não vão
reagir bem. Temo pelo que possa acontecer, Vossa Graça.
— Lorde Merryweather tem razão. — Advertiu Lord Waters. — Se
Vossa Graça quiser, botarei o resto dos navios no mar. Quando os verem na
Água Negra, com o estandarte do rei Tommen nos mastros, todos recordarão
quem governa a cidade, e quem os protegerá se os rebeldes organizarem
outra revolta.
Não lhe fez falta acrescentar que enquanto navegassem pela Água
Negra, seus navios impediriam que Mace Tyrell chegasse com seu exército
pelo rio, assim como Tyrion havia detido Stannis há algum tempo atrás.
Naquela região de Westeros, Jardim de Cima não contava com potência
naval. Dependiam da frota dos Redwyne, que naquele momento regressavam
à Árvore.
— Uma medida muito prudente. — Anunciou a rainha. — Até que
essa tormenta passe, quero todos os barcos tripulados e na água.
Sor Harys Swyft estava tão pálido e suado que parecia a ponto de
desmaiar.
— Quando Lord Tyrell receber a notícia, sua ira não conhecerá
limites. Sangue vai correr pelas ruas...
O cavaleiro da galinha, pensou Cersei. Seu brasão deveria ser um
verme, sor; a galinha é muito valiosa para você. Se Mace Tyrell nem sequer
se atreveu a atacar Ponta Tempestade, como pode acreditar que ousará
enfrentar os deuses?
— Não deverá correr sangue; eu me encarregarei disso. — Disse
quando terminou de tagarelar. — Irei em pessoa ao Septo de Baelor para
falar com a rainha Margaery e com o Alto Septão. Sei que Tommen gosta
dos dois, e desejará que eu os ajude a fazer as pazes.
— Paz? — Sor Harys secou o suor de sua testa com uma manga de
veludo. — Se é possível que haja paz... É muito corajoso de sua parte.
— Nos fará falta algum tipo de julgamento. — Continuou a rainha.
— Para refutar essas calúnias e mentiras, e demonstrar ao mundo que nossa
querida Margaery é tão inocente como nós todos sabemos.